DREAM 515

Essa noite tive um sonho de que era o primeiro carnaval pós apocalíptico (pós-pandemia) e a gente ficou na pandemia muitos anos. Só podiam ter 3 blocos no centro e ponto. Os blocos eram clandestinos. Isso não era uma regra institucional, mas era um senso comum do inconsciente coletivo, acho que devia ser medo de existir ainda algum resquício do vírus. 
Então esses blocos eram da resistência, um por dia e eram só 3 dias de carnaval, talvez um tipo de superstição nova. Não se vendiam mais fantasias pois as lojas e fabricantes tinham todos falidos. Então eu e minha amiga querida Beatriz Condini fazíamos troca e venda de fantasias e adereços antigos à preços caríssimos porque a economia tava no fundo do poço e a inflação nas alturas. 
Me lembro da Bia estar comigo no rolê de organizar o bazar de venda e troca. A gente ia no “cemitério dos barracões” angariar adereços também pra poder aumentar nosso acervo. Lá no cemitério (porque já não existiam mais desfiles, portanto nem barracões nem agremiações), achamos uma rede de taxinhas douradas. E vários tecidos texturizados dourados. Pensamos, “estamos rycas, vamos sair de egypcias da resistência, a gente é faraó nessa porra”. Tava todo mundo meio mad max nos blocos clandestinos da resistência. E nós duas lindas, bem Cleópatras rs. Sem contar que ganhamos mó grana no carnaval. Foi um dos melhores sonhos da vida, apesar de estar todo mundo pobre e fudido. A resistência lavou a alma neste carnaval imaginário. Tô CHOCADA com a saudade da porra que tô da festa profana. Não tinha me dado conta. Mas tá lá, tudinho, no inconsciente.

Carol Xavier

Rio de Janeiro

Brasil

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