essa noite andei por escadarias estragadas, degraus falsos, subidas e descidas íngremes com uma caixa de papelão nas mãos. algo que eu precisava devolver a alguém. não sei o que tinha dentro, mas a caixa era grande e leve. eu tentava chegar à única agência dos correios aberta, que ficava dentro de uma piscina vazia. me enganava algumas vezes no caminho. o espaço em volta era marrom. só dava para saber que esse alguém que não sei quem era a quem eu precisava devolver essa coisa grande e leve estava longe, no espaço e no tempo.
Mariana Viana
Montpellier
França