Todo mundo foi obrigado a se isolar sozinho, nas suas casas ou apartamentos. As informações aqui no Brasil eram muito limitadas, já que o governo selecionava o que iria ser divulgado e a gnt não sabia direito o que tava acontecendo. Eu estava em um apartamento, sozinha, olhando o céu avermelhado na varanda. Por mais bonito que fosse, aquilo me assustava. Lá fora, nos outros países, eles tinham soluções muito sofisticadas pra lidar com o isolamento na pandemia (eu sei disso não porque tive acesso as informações, mas pq “eu” vi, como uma narradora onisciente). Na China, eles inundaram as ruas com água, até a altura da batata da perna, e colocaram tubarõezinhos pequenininhos, tipo de uns 50 cm. Mas eles não serviam pra atacar as pessoas se elas saíssem, era só pra entreter elas, das vistas das suas casas. Na sacada de um apartamento, olhar pra baixo e ver aquelas criaturas nadando em águas tão limpinhas, tão azuis, realmente trouxe uma sensação de tranquilidade (me remeteu àqueles lagos com carpas). China e Londres olhavam pro Brasil e sentiam pena da gente, por a genta tá em uma situação tão descontrolada, miserável…
M. Manna
Natal
Brasil