volto no museu onde trabalhava e agora trabalho com kleber mendonça em algum filme. papo vai, papo vem, acabo indo parar num hotel fancy que mistura casa dele com produção do filme. noite. saindo de lá, de cara prum pier, vejo um tsunami vindo e uma gritaria. entro num barco mixuruca com minha família e uma amiga. tinha muita gente no pier mas pareceu uma decisão sábia/impulsiva de entrar no barco que agora afunda com meus familiares: “estamos sendo atacados também pelos do norte”, alguém diz. a sensação é de que é um contra tudo, contra todos, que vem também dos estados unidos e da china. além de tudo, a tsunami, que aparenta ser natural mas no mar entendo que é mais ainda: há lavas de vulcão nas pontas das ondas pequenas com a qual temos que mergulhar pra não bater. o barco afunda e perco mais da metade dos meus familiares na água geladíssima, quase glacial. chegamos em terra firme, outro pier. não acabou. minha mãe, minha amiga e algumas pessoas. não há tempo pra tristeza. alguma coisa vem.
Recife
Brasil