Sonhei que o Edson, um fotógrafo com quem trabalhei, ameaçava me matar com uma lâmina, mas em legítima defesa eu conseguia pegar a lâmina da mão dele e furava o pescoço dele em 6 lugares diferentes. Via sangue grosso escorrer do pescoço dele e pensei tê-lo matado. Mas no dia seguinte encontrei com ele, estava vivo, apenas com cortes superficiais e já cicatrizados. Me lembro da sensação terrível da lâmina furando a carne e eu dizia pra mim mesma em voz alta “é você ou ele, enfia essa lâmina, se defenda”. Mas uma fraqueza física e também emocional me impedia de enfiar mais fundo. Depois fiquei com a lâmina pra mim, era uma lâmina quadrada, guardei-a na bolsinha laranja onde eu guardo maconha. O mundo era diferente do que é agora, as necessidades e ações humanas eram diferentes. O Edson não morreu e ficou com cinco ou seis cicatrizes brancas ao redor do pescoço.
Anahi
São Paulo
Brasil